-Amor, atende a porta?
Pombas, ele tem que ficar trancado no banheiro justo agora que a ex-mulher dele está chegando. DROGA!
-Oi!
-CLARA! Finalmente nos conhecemos. A Luiza fala tanto de você. Namastê, querida!
-Prazer, Joana! Oi Luiza! O seu pai está lá dentro. Entrem!
Que troço é esse de mamastê?
-Estou muito feliz da Luiza querer passar essas férias com o pai. Acho que ela sentiu em você uma energia muito positiva.
-Eu gosto muito dela também. A gente vai se divertir nessas férias.
Porque essa mulher está sentando no chão da sala? Como é que ela consegue cruzar as pernas dessa forma?
-A Luiza passou por um processo de purificação essa última semana. Ela estava muito carregada, tensa. Descobri que ela estava comendo carne escondida!
-Escondida? Ela é vegetariana?
Cacete! Agora entendi porque ela sempre quer ir na churrascaria quando vem pra cá.
-Desde que nasceu eu sempre tento ensinar a Luiza a meditar, respirar, não se alimentar do sofrimento dos animais. Entrar em contato, entende?
E o Pedro que não sai desse banheiro...
-Vamos marcar um dia para você fazer uma aula de yoga comigo. Eu dou aula todos os dias à tarde. É aqui pertinho.
-Claro!
Nem morta!
-Se você se interessar pelo assunto, eu escrevi um livro sobre a prática. Está à venda na Livraria Cultura.
O Pedro já transformou em apoio para a prateleira do quarto há muito tempo.
-Tenho que ir agora. Estão me esperando para seguirmos para o retiro de meditação em Itaipava.
ALELUIA!
-Foi um prazer, Joana.
Vai pela sombra, minha filha. SOCORRO!
-Até breve, Clara. Beijinhos, Luiza!
Ufa! Ainda bem que nem precisei colocar a vassoura atrás da porta.
-E aí Luiza? Mc Donalds?
-Demorô!
Esse conto está participando do concurso da livraria cultura.
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